Redução do Consumo de Água Até as Chuvas de Outubro

Redução do Consumo de Água em São Paulo até as Chuvas de Outubro

A diretora da SP Águas, Camila Viana, compartilha em uma recente entrevista as estratégias que estão sendo implementadas para mitigar a crise hídrica em São Paulo. Com os reservatórios atingindo apenas 31% de sua capacidade, a agência reguladora, que foi criada há apenas um ano, enfrenta o desafio de garantir o abastecimento de água para a população até que as chuvas esperadas em outubro cheguem.

Contexto da Crise Hídrica

A crise hídrica que assola a capital paulista é um reflexo de um sistema de abastecimento que não conseguiu se recuperar completamente após eventos severos anteriores, especialmente a crise de 2015. A privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) trouxe novas diretrizes, que incluem a redução da captação de água do Sistema Cantareira e o uso de transposição hídrica para equilibrar o abastecimento.

Com a situação atual, onde a pressão da água nas tubulações diminui, muitos consumidores já estão enfrentando dificuldades no abastecimento. A diretora-presidente da SP Águas, Camila Viana, assegura que as lições aprendidas durante a crise anterior estão sendo aplicadas para evitar uma repetição do cenário desolador de 2015.

Ações e Medidas Implementadas

De acordo com Viana, a SP Águas está atenta às condições meteorológicas e colabora com agências meteorológicas para monitorar as previsões de chuvas. A expectativa é que, a partir da segunda quinzena de outubro, haja uma perspectiva mais clara sobre o comportamento das chuvas e seu impacto nos reservatórios.

Entre as medidas adotadas, destaca-se a redução da retirada de água do Sistema Cantareira para 23 metros cúbicos por segundo. Essa ação é parte de uma resolução que visa garantir a resiliência do sistema hídrico diante da escassez. A transposição Jaguari-Atibainha, que leva água da bacia do rio Paraíba do Sul para o Cantareira, está sendo utilizada para aumentar a disponibilidade hídrica.

Suspensão de Outorgas e Conscientização da População

A SP Águas também anunciou a suspensão de novas outorgas para ligações de água, o que não afeta as outorgas já vigentes ou os usos prioritários, como o consumo humano e a dessedentação de animais. Essa suspensão inclui usos não prioritários, como atividades industriais e comerciais, enquanto a agência aguarda uma melhora nas condições hidrológicas.

Além disso, a Sabesp está ampliando a redução da pressão da água durante a noite para minimizar vazamentos e assegurar que a água chegue a todos os bairros. No entanto, a diretora alerta que alguns bairros já estão enfrentando problemas de abastecimento, especialmente aqueles em áreas mais altas.

Comparação com Crises Anteriores

Camila Viana afirma que, apesar da situação atual ser preocupante, as medidas implementadas desde 2015, incluindo protocolos de gestão de crises e a construção de mais infraestrutura de transposição, aumentaram a resiliência do sistema hídrico. Hoje, São Paulo conta com sete sistemas produtores interligados que podem compensar a falta de água em um dado manancial com a oferta de outro.

As campanhas de conscientização para o uso racional da água estão em andamento, e a Sabesp tem realizado esforços para engajar a população. Viana enfatiza que a mudança de hábitos é essencial, especialmente em períodos de estiagem prolongada, que se tornaram cada vez mais comuns devido às mudanças climáticas.

Importância da Colaboração e Monitoramento

O papel da SP Águas é fundamental para garantir um gerenciamento eficaz e integrado das crises hídricas. A diretora destaca a necessidade de um engajamento contínuo da população e uma comunicação eficaz entre as agências reguladoras e o governo do estado para tomar decisões informadas e oportunas.

A SP Águas está comprometida em monitorar a situação dos reservatórios e em implementar medidas preventivas para garantir que a população tenha acesso à água enquanto aguarda as chuvas esperadas. A colaboração entre as diferentes entidades envolvidas é vista como crucial para enfrentar os desafios atuais e futuros relacionados ao abastecimento de água.