Eventos Extremos Podem Aumentar Até Cinco Vezes no Sul do Brasil

Aumento de Eventos Climáticos Extremos no Sul do Brasil até 2100

Um estudo recente da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) aponta que o Sul do Brasil poderá enfrentar um aumento significativo na frequência de eventos climáticos extremos até o ano de 2100. As projeções indicam que a incidência de cheias poderá aumentar em até cinco vezes, elevando o nível das águas em regiões serranas até 3 metros e em áreas planas entre 50 centímetros e 1 metro.

Impactos das Enchentes no Sul do Brasil

A pesquisa destaca os riscos associados a este fenômeno para os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Regiões que já sofreram com enchentes devastadoras em anos recentes enfrentam desafios crescentes. Em 2024, por exemplo, o Rio Grande do Sul passou por uma das maiores tragédias ambientais de sua história, resultando em 185 mortes e mais de 800 feridos devido a inundações severas.

Projeções de Crescimento das Enchentes

Conforme o estudo da UFRGS, o crescimento da frequência das enchentes será alarmante. O Rio Grande do Sul deve registrar um aumento de 14% nas cheias, enquanto Santa Catarina e Paraná terão incrementos de 17% e 18%, respectivamente. Este aumento na intensidade e frequência das chuvas traz um cenário sombrio para a população que vive em áreas ribeirinhas, como as cidades localizadas às margens dos rios Jacuí, Caí e Taquari, que já enfrentam as consequências das inundações.

Eventos Climáticos Recentes

Recentemente, o Sul do Brasil já começou a sentir os efeitos das mudanças climáticas. No último mês, uma tempestade de granizo em Erechim, no Norte do Rio Grande do Sul, deixou mais de 200 feridos e afetou cerca de 38 mil moradores. A prefeitura local declarou um estado de emergência devido aos danos causados a prédios públicos e residências.

As fortes chuvas que atingiram Santa Catarina também causaram estragos significativos. Entre os dias 22 e 23 de novembro, temporais destruíram lavouras de grãos, frutas e hortaliças, resultando em mais de 11 cidades declarando estado de emergência. O município de Luiz Alves, no Vale do Itajaí, foi um dos mais afetados, com casas submersas e danos materiais consideráveis.

Desafios para o Futuro

Os pesquisadores da UFRGS alertam que a situação pode se agravar, com a possibilidade de enchentes maiores na bacia do rio Itajaí-Açu, em Santa Catarina, que corta cidades importantes como Blumenau e Itajaí. O aumento da vazão máxima das cheias raras, que ocorrem em períodos superiores a dez anos, deve ser de 13% no Rio Grande do Sul, 25% no Paraná e 17% em Santa Catarina, o que representa um sério risco para a segurança e bem-estar da população local.

Conclusão

O estudo da UFRGS é um importante alerta sobre os riscos futuros que o Sul do Brasil enfrentará devido às mudanças climáticas. As projeções indicam que a frequência e intensidade das chuvas continuarão a aumentar, resultando em desafios significativos para a infraestrutura, a agricultura e a segurança das comunidades. É fundamental que políticas de mitigação e adaptação sejam implementadas para preparar a região para essas mudanças iminentes.

Referências

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Estudo sobre eventos climáticos extremos e suas projeções para o Sul do Brasil até 2100.