Álcool e câncer um drinque aumenta o risco segundo bióloga

O Impacto do Álcool na Saúde: Um Fator de Risco para o Câncer

O consumo de álcool, mesmo em quantidades modestas, tem sido amplamente associado ao aumento do risco de vários tipos de câncer, incluindo os de boca, garganta, fígado e mama. Essa relação é respaldada por uma vasta gama de estudos científicos que demonstram como o álcool afeta nosso organismo e como suas consequências podem ser devastadoras.

Estudos Científicos e Evidências

Pesquisas têm mostrado que o álcool danifica o DNA e pode provocar mutações celulares. Além disso, sua interação com outras substâncias cancerígenas, como o tabaco, pode potencializar os riscos. Nos Estados Unidos, estima-se que o álcool seja responsável por cerca de 100 mil casos de câncer e 20 mil mortes anualmente, posicionando-se como a terceira causa evitável dessa doença. As instituições de saúde pública recomendam que o consumo de álcool seja limitado a um copo por dia para mulheres e dois copos para homens, enfatizando que não há um nível seguro de ingestão.

A Conscientização Sobre os Riscos do Álcool

Apesar das evidências, muitos não estão cientes do vínculo entre o consumo de álcool e o câncer. Uma pesquisa realizada em 2019 revelou que menos de 50% dos adultos americanos reconheciam essa relação. De forma semelhante, na França, a percepção sobre o álcool como um fator de risco para câncer é frequentemente subestimada. Um estudo de 2021 indicou que muitos acreditam erroneamente que apenas bebidas destiladas aumentam o risco, ou que consumir vinho pode até reduzir a probabilidade de desenvolver câncer.

Mecanismos pelos Quais o Álcool Causa Câncer

O câncer se desenvolve quando as células começam a proliferar de forma descontrolada. O álcool pode contribuir para a formação de tumores ao danificar o DNA, levando a mutações que afetam a divisão celular. Um relatório do cirurgião-geral dos EUA destacou quatro mecanismos principais pelos quais o álcool pode causar câncer:

  • Metabolismo do Álcool: Ao ser ingerido, o álcool é metabolizado em nosso corpo, e um de seus subprodutos, o acetaldeído, é classificado como cancerígeno. Certas mutações genéticas podem fazer com que algumas pessoas metabolizem o álcool mais rapidamente, resultando em níveis mais elevados de acetaldeído.
  • Estresse Oxidativo e Inflamação: O consumo de álcool pode levar à produção de radicais livres, que danificam o DNA e as proteínas das células, gerando um processo de estresse oxidativo. Este estresse pode resultar em inflamação crônica, favorecendo a formação de tumores.
  • Alterações Hormonais: O álcool pode alterar os níveis hormonais, especialmente os estrogênios. O aumento dos níveis de estrogênio está associado ao câncer de mama, e o álcool também pode reduzir a vitamina A, que regula esses hormônios.
  • Interações com Outros Cancerígenos: O álcool facilita a absorção de substâncias cancerígenas presentes no tabaco, aumentando o risco de cânceres de boca, faringe e laringe entre aqueles que fumam e bebem.

Qual é a Dose Segura de Álcool?

Uma das perguntas mais frequentes em relação ao consumo de álcool é se existe uma dose segura. Os especialistas são claros: não há consumo de álcool completamente isento de riscos. A pesquisa indica que o risco de câncer começa a aumentar com a ingestão do primeiro copo e continua a crescer com a quantidade consumida. Em várias diretrizes, como as dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e do National Institute on Alcohol Abuse and Alcoholism, é aconselhado que mulheres não excedam um copo por dia e homens, dois copos.

Reconsiderando Hábitos de Consumo

Embora o álcool seja uma das causas evitáveis de câncer, não há atualmente um método infalível para determinar o risco individual de desenvolver câncer relacionado ao consumo de álcool. Fatores como genética, estilo de vida e dieta desempenham papéis importantes nessa equação. Portanto, é fundamental que os indivíduos reconsiderem seus hábitos de consumo e busquem informações para proteger sua saúde e reduzir o risco de câncer.