Megaoperação no Alemão e Penha é a Mais Letal do Rio

Megaoperação no Alemão e Penha: Ação Mais Letal da História do Rio de Janeiro

No dia 28 de outubro de 2025, uma megaoperação policial contra a facção criminosa Comando Vermelho (CV) foi realizada nos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Esta operação se destacou por ser a mais letal já registrada na cidade, resultando na morte de, pelo menos, 64 pessoas, incluindo quatro policiais.

Cenário de Guerra

A operação mobilizou mais de 2,5 mil policiais das forças Militar e Civil, que atuaram em um cenário descrito como “guerra” pelas autoridades. O secretário de Segurança Pública afirmou que essa ação tinha como objetivo desmantelar o que ele chamou de “QG nacional do Comando Vermelho”. Durante a operação, foram realizadas 81 prisões e apreendidos 72 fuzis, evidenciando a intensidade do combate ao narcoterrorismo.

Histórico de Chacinas Policiais

De acordo com um levantamento do Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (Geni-UFF), a operação do Alemão e da Penha superou uma chacina anterior no Jacarezinho, ocorrida em maio de 2021, que resultou em 28 mortes. Este grupo de estudos destaca que entre janeiro de 2007 e outubro de 2025, foram registradas 707 chacinas policiais na Região Metropolitana do Rio, com um total de 2.905 civis e 31 policiais mortos. Esses dados indicam que as chacinas policiais são uma realidade constante no estado.

Os pesquisadores ainda observaram que as três operações policiais com maior número de óbitos desde 1990 ocorreram durante o governo de Cláudio Castro, que foi reeleito em 2022. É importante ressaltar os números das operações mais letais da história do Rio de Janeiro:

  • 64 mortes (incluindo 4 policiais) na operação do Alemão e Penha, em outubro de 2025;
  • 28 mortes (incluindo 1 policial) no Jacarezinho, em maio de 2021;
  • 23 mortes na Penha, em maio de 2022;
  • 19 mortes no Alemão, em junho de 2007;
  • 17 mortes (incluindo 1 policial) no Alemão, em julho de 2022;
  • 17 mortes (incluindo 2 policiais) no Senador Camará, em janeiro de 2003;
  • 15 mortes em Fallet, em fevereiro de 2019;
  • 14 mortes no Alemão, em maio de 1995;
  • 13 mortes em São Gonçalo, Salgueiro, em março de 2023;
  • 13 mortes no Vidigal, em julho de 2006;
  • 13 mortes em Catumbi, em abril de 2007;
  • 13 mortes no Alemão, em julho de 1994.

Reações e Consequências

O governador Cláudio Castro, em coletiva de imprensa, declarou que a operação foi necessária para enfrentar o narcoterrorismo, um tipo de crime que, segundo ele, utiliza tecnologia de guerra, como drones e armamentos pesados. “O Estado está preparado”, ressaltou, fazendo referência à força máxima mobilizada para a operação.

Além disso, foi informado que 42 das 99 pessoas mortas durante a ação tinham mandados de prisão em aberto. Essa estatística levanta questões sobre a eficácia das ações policiais e a necessidade de estratégias mais eficazes para combater a criminalidade nas comunidades afetadas.

Considerações Finais

Os eventos ocorridos durante a megaoperação no Alemão e na Penha trazem à tona um debate importante sobre a violência policial e as políticas de segurança pública no Brasil. Enquanto alguns defendem a necessidade de ações enérgicas contra o tráfico de drogas, outros questionam a legitimidade e os métodos utilizados pelas forças de segurança, que frequentemente resultam em altos índices de letalidade.

Com a continuação da violência e da criminalidade, é essencial que as autoridades busquem soluções que não apenas visem a repressão, mas que também promovam a paz e a segurança nas comunidades, abordando as causas estruturais da violência.

Essas questões são fundamentais para o futuro do Rio de Janeiro e para a construção de uma sociedade mais justa e segura.