Represas de SP em 28,7% da Capacidade Governo Aciona Contingência

Represas de São Paulo Operam em Nível Crítico

As represas que abastecem a Grande São Paulo apresentam um nível alarmante de apenas 28,7% de sua capacidade total. Este percentual é o menor registrado desde a grave crise hídrica que atingiu a região em 2014 e 2015. Diante dessa situação, o governo de São Paulo decidiu implementar um plano de contingência para evitar um colapso no fornecimento de água.

Contexto da Crise Hídrica

Este cenário crítico se agrava pelo fato de que o estado enfrenta o terceiro ano consecutivo de chuvas abaixo da média. O governo, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística, elaborou um plano que inclui uma série de medidas emergenciais para garantir o abastecimento de água à população.

Ações do Plano de Contingência

O plano de contingência abrange diversas ações, como a redução da pressão nos encanamentos por até 16 horas diárias, o uso do volume morto das represas e, em situações extremas, a adoção de rodízio no abastecimento. O objetivo dessas medidas é evitar um colapso hídrico, que poderia levar a uma crise ainda mais severa.

Faixas de Operação

As ações de contenção foram organizadas em sete faixas de operação, cada uma correspondendo a um nível de armazenamento que determina medidas específicas a serem adotadas. A partir da faixa 1, que se inicia com menos de 43,8% de capacidade, são iniciadas campanhas de conscientização sobre o uso da água. No momento, a região se encontra na faixa 3, que exige uma redução de pressão nos sistemas de abastecimento por dez horas e uma economia de 8 mil litros por segundo.

O rodízio no abastecimento de água é considerado uma medida de último recurso e só é implementado na faixa 7, quando os níveis de água chegam a zero. As restrições de fornecimento entram em vigor somente após sete dias consecutivos com os índices em uma mesma faixa, e podem ser relaxadas após 14 dias de melhora nos níveis de armazenamento.

Autorização e Implementação do Rodízio

A implementação do rodízio no abastecimento requer autorização da Agência Reguladora de Serviços Públicos do Estado de São Paulo (Arsesp). Esse sistema envolve uma alternância diária entre áreas com e sem abastecimento, com horários estabelecidos conforme a gravidade da situação hídrica.

Preocupações Futuras e Sazonalidade

Segundo Thiago Mesquita Nunes, diretor da Arsesp, a preocupação não é apenas com os dados atuais, mas com as tendências futuras relacionadas ao comportamento sazonal dos reservatórios. É normal que os níveis de água diminuam durante o período seco e se recuperem na estação chuvosa. Portanto, o plano de contingência respeita os limites da curva de contingência do Sistema Produtor Alto Tietê (SPA).

As faixas de atuação do plano também refletem os investimentos em andamento pelos operadores do sistema, com o intuito de garantir que os níveis dos reservatórios se mantenham dentro dos parâmetros de segurança, evitando assim medidas mais drásticas.

Prioridade no Abastecimento

Durante a vigência de qualquer faixa de restrição, o abastecimento de água será priorizado para serviços essenciais e populações vulneráveis. Isso inclui hospitais, escolas, abrigos, unidades prisionais, delegacias, Corpo de Bombeiros e beneficiários da tarifa social, que terão o fornecimento garantido mesmo em cenários críticos.

Medidas Adicionais em Municípios da Região

O agravamento da crise hídrica no Brasil levou diversas cidades a decretarem estado de emergência e a adotarem medidas drásticas para garantir o abastecimento. Cidades como Mairinque, Várzea Paulista e Americana estão recorrendo a fontes alternativas de captação e implementando projetos para combater as perdas na rede de abastecimento de água.

O governo de São Paulo, portanto, enfrenta um desafio significativo ao lidar com a escassez hídrica, e as medidas adotadas visam não apenas a mitigação da crise atual, mas também a preparação para futuras situações que possam comprometer o abastecimento de água na região.