Santa Catarina Recebe Antídoto Importado para Intoxicação por Metanol
Recentemente, o estado de Santa Catarina recebeu um lote de 56 unidades do antídoto conhecido como fomepizol, destinado ao tratamento de intoxicações por metanol. Este medicamento, que não estava disponível anteriormente no Brasil, foi importado pelo Ministério da Saúde através do Fundo Estratégico da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). A entrega ocorreu no dia 9 de outubro de 2025 e faz parte de uma ação estratégica para garantir a saúde pública diante de possíveis casos de intoxicação por bebidas adulteradas.
Distribuição e Estoque do Antídoto
O lote de 2.500 ampolas de fomepizol foi distribuído a todos os estados brasileiros, além do Distrito Federal. Desse total, mil ampolas foram reservadas como parte do estoque estratégico do Ministério da Saúde, garantindo que o país tenha um suprimento disponível para emergências. A Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina já começou a distribuir o antídoto para hospitais de várias cidades, incluindo Florianópolis, Criciúma, Blumenau, Joinville, Lages, Joaçaba e Chapecó.
Contexto da Intoxicação por Metanol
Até o momento, Santa Catarina não registrou casos suspeitos de intoxicação por metanol, conforme informações do Ministério da Saúde. Esta substância, que pode ser encontrada em bebidas alcoólicas adulteradas, é extremamente tóxica e pode levar a sérios problemas de saúde, incluindo a morte. Em situações de intoxicação, o etanol farmacêutico é uma alternativa de tratamento que já está disponível em 36 pontos de assistência no estado, mas a introdução do fomepizol representa uma nova e importante opção.
Importância do Fomepizol e Etanol Farmacêutico
A aquisição do antídoto fomepizol foi realizada com a subsidiária de uma empresa japonesa, apenas oito dias após o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, ativar o Fundo Estratégico da Opas. Em declarações, a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente, Mariângela Simão, enfatizou a importância de ter tanto o etanol quanto o fomepizol disponíveis em todos os estados do Brasil. O fomepizol é conhecido por sua alta eficácia e segurança, além de sua capacidade de impedir a metabolização do metanol em ácido fórmico, evitando assim a acidose metabólica, uma condição potencialmente fatal.
Monitoramento e Futuras Ações
O Ministério da Saúde também está monitorando a situação de intoxicações por metanol em todo o país. Até a última atualização em 13 de outubro, foram registradas 213 notificações de intoxicação, com 32 casos confirmados e 181 em investigação. Além disso, houveram relatórios de cinco óbitos em São Paulo relacionados a essa questão, com mais nove mortes sob investigação.
Conforme a necessidade e o surgimento de novos casos, os estados poderão solicitar remessas adicionais do antídoto. A quantidade de ampolas distribuídas para cada estado foi determinada com base na população, conforme o Censo do IBGE. A oferta de fomepizol é limitada em todo o mundo, o que torna essa medida ainda mais crucial.
Doações e Suprimentos Adicionais
Além da entrega do fomepizol, o Ministério da Saúde deve receber uma doação de mais 3,8 mil ampolas de etanol farmacêutico da Cristália Produtos Químicos e Farmacêuticos. Essas ampolas se somarão às 4,3 mil já entregues aos estoques do Sistema Único de Saúde (SUS) pelos hospitais universitários federais, em parceria com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). Essa colaboração reforça a capacidade do sistema de saúde de lidar com emergências relacionadas a intoxicações por metanol.
Prevenção e Conscientização
A situação atual ressalta a importância da prevenção e da conscientização sobre os riscos associados ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. A população deve ser informada sobre os perigos do metanol e a necessidade de procurar serviços de saúde ao apresentar sintomas de intoxicação. Medidas educativas e campanhas de informação são essenciais para reduzir os casos de intoxicação e garantir a segurança da saúde pública.
Com a disponibilidade do fomepizol e do etanol farmacêutico, Santa Catarina e outros estados do Brasil estão mais bem preparados para enfrentar a ameaça de intoxicação por metanol. A colaboração entre as esferas governamentais e as instituições de saúde é fundamental para garantir que todos os cidadãos tenham acesso ao tratamento necessário em situações de emergência.