O assassinato de Ruy Ferraz Fontes e seus mistérios

O Assassinato de Ruy Ferraz Fontes: Detalhes e Investigações

O ex-delegado-geral de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, foi brutalmente assassinado em uma emboscada na Praia Grande, litoral paulista, no dia 15 de setembro de 2025. O crime, que ocorreu no início da noite, acendeu alarmes sobre possíveis ligações com atividades mafiosas ou licitações locais. As investigações estão em andamento, com uma força-tarefa sendo mobilizada para capturar os responsáveis.

Como Ocorreu o Crime

Ruy Ferraz Fontes, aos 64 anos, estava exercendo a função de secretário de Administração Pública na Prefeitura de Praia Grande. Naquela tarde, ele despachou normalmente e, quinze minutos antes de deixar o local, teve uma conversa telefônica com o procurador de Justiça, Márcio Christino. O procurador afirmou: “Fui o último a conversar com ele. Ele não estava envolvido com segurança, estava afastado da área.”

Após deixar a prefeitura, Fontes foi seguido por criminosos em uma caminhonete Hilux. Câmeras de segurança capturaram momentos em que ele, em alta velocidade, tentou escapar. Em um cruzamento, o veículo do ex-delegado foi colidido por um ônibus, resultando em um capotamento. Três homens desceram da caminhonete, armados com fuzis, e abriram fogo contra Fontes, que reagiu aos disparos.

Vítimas Colaterais

Durante o tiroteio, a família de Fátima, uma moradora local e testemunha do crime, também foi atingida. Fátima relatou que sua filha e neto ficaram feridos. A filha recebeu alta após tratamento, enquanto o estado do neto, de 19 anos, é considerado grave, necessitando de cirurgia devido a um tiro que quebrou um osso da perna.

Hipóteses Sobre o Motivo do Crime

As investigações iniciais levantaram diversas hipóteses. Promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) acreditam que o assassinato pode ter sido um crime de máfia. Além disso, a possibilidade de que o crime esteja associado a uma licitação da Prefeitura de Praia Grande, que teria prejudicado uma entidade ligada aos criminosos, está sendo investigada. Um veículo suspeito, possivelmente utilizado pelos atiradores, foi encontrado incendiado na mesma noite do crime.

Atuação da Força-Tarefa

Para localizar os criminosos, uma força-tarefa composta por elite da Polícia Militar, incluindo a Rota e o Batalhão de Choque, foi estabelecida. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, expressou seu pesar pelo assassinato e prometeu empenhar todos os recursos necessários para a investigação. “Lamentamos profundamente o assassinato de um policial com muitos anos de dedicação à corporação,” afirmou em nota.

O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, também mobilizou o Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) e o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) para auxiliar nas investigações. Em suas redes sociais, anunciou a criação de uma força-tarefa com prioridade definida pelo governador para capturar os responsáveis pelo assassinato.

Ruy Ferraz Fontes e sua Luta Contra o Crime Organizado

Ruy Ferraz Fontes era amplamente reconhecido por sua atuação contra o Primeiro Comando da Capital (PCC). Ele chefiou a Polícia Civil de São Paulo entre 2019 e 2022, período em que se destacou por indiciar a cúpula da facção criminosa em 2006. Fontes foi fundamental na desarticulação de planos do PCC, incluindo um plano de assassinato contra ele em 2010, quando bandidos foram presos com um fuzil em frente à sua delegacia.

Preocupações Pessoais Antes do Assassinato

Em dezembro de 2023, Fontes havia sido vítima de um assalto na Praia Grande, fato que o deixou preocupado com sua segurança e a de sua família. Ele manifestou receios sobre a exposição do ocorrido na mídia, comentando sobre como os criminosos agora sabiam onde ele morava. Em entrevistas, expressou a vontade de deixar seu cargo e até mesmo São Paulo, devido à crescente ameaça.

O assassinato de Ruy Ferraz Fontes não apenas ressalta os riscos enfrentados por aqueles que atuam no combate ao crime organizado, mas também levanta questões sobre a segurança pública e as estruturas criminosas que ainda operam em várias áreas do Brasil. À medida que as investigações continuam, a sociedade aguarda respostas e justiça para um crime que chocou o país.